A China é o maior e-commerce do mundo. Não à toa: cresce cerca de 40% ano a ano e transaciona mais de US$ 1 trilhão. O desempenho tem uma razão: o uso massivo de tecnologia para aumentar a conversão nas vendas online e, claro, acelerar os processos de logística. A mágica e o sucesso do comércio eletrônico da China foram os temas centrais de um painel do LATAM Retail Show, realizado em São Paulo (SP).

Kevin Peng, secretário-geral da China Chain Store & Franchise Association, explica que o varejo da China começou o seu processo de inovação imitando modelos de negócios de empresas como Amazon e Carrefour. Mas com o tempo, os negócios chineses se sobressaíram em relação as estrangeiras quando começaram a investir no mercado local.

O que elas fizeram? Colocaram seus esforços em entender o jovem consumidor, que gasta parte do seu tempo no mundo online. Tanto que, nos últimos cinco anos, as vendas em lojas físicas caíram 30%. Para a sobrevivência dos negócios, Peng diz que as empresas de comércio off-line do país não tiveram alternativa se não ir para o mundo online.

Mas esse processo teve uma característica única em relação ao restante do mundo, ressalta Gene Deng, ex-vice presidente do JD Group e fundador do Hotel Tonight Special. A digitalização das empresas chinesas, segundo o executivo, foi feita com base no uso da infraestrutura de gigantes tecnológicas. “WeChat e TikTok, por exemplo, fornecem sistema de dados e nuvens para negócios privados e públicos”, afirma. “Essas companhias monetizaram suas infraestruturas.”

No varejo, o processo de repetiu: o Alibaba se tornou “porta de entrada” para as empresas de varejo criarem seus comércios online, o que levou a companhia do empreendedor Jack Ma chegar ao valor de mercado próximo a US$ 400 bilhões.

“A tecnologia se tornou parte das empresas de varejo”, diz Peng. “Os CEOs são pessoas do ramo tecnológico ou conhecem e conseguem trabalhar próximos à suas equipes de tecnologia.” A JD, por exemplo, está investindo em carros autônomos para aprimorar o seu sistema de entrega. “O foco das varejistas deixou de ser o lucro e passou a ser procurar novos negócios e parcerias que possam agregar valor ao consumidor”, afirma.

Outra estratégia que Gene acredita que ajudou o crescimento do e-commerce no país é a adoção de diferentes modelos de negócios pelas varejistas chinesas. Por exemplo, a JD Group tem seus próprios depósitos e fornecedores, mas também atua em parceria com lojas locais para entregas.

“A empresa continua investindo em lojas físicas, mas para expandir seu ecossistema e atender as demandas crescentes do online”, afirma. “O que os consumidores querem comprar está nas lojas físicas, mas também nas redes sociais e o que conversam com os amigos.”

Leia a matéria original em: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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