O varejo passa por uma revolução. Com a chegada de novas tecnologias e um consumidor cada vez mais criterioso, o desafio do empreendedor só aumenta. Foi para discutir o futuro do setor que executivos de empresas como Natura, Carrefour, Telefonica, RD –RaiaDrogasil e muito mais se reuniram durante o Latam Retail Show 2018, evento que acontece de 28 a 30 de agosto, na cidade de São Paulo.

Subiram ao palco do painel Marcílio Pousada, presidente da RaiaDrogasil; João Paulo Ferreira, presidente da RaiaDrogasil; Noël Prioux, CEO do Carrefour Brasil; João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard Brasil; Elena Gil, diretora global de big data B2B do Grupo Telefonica; e Germán Villa, CIO da Falabella.

Na visão dos executivos, o mercado mundial passa por um importante momento de transição. “Com a entrada de novas tecnologia, os varejistas estão passando pela maior transformação da sua história”, afirma Elena Gil, do Grupo Telefonica.

Villa, CIO da Falabella, grupo presente em toda a América Latina, acredita que os empreendedores precisam investir em tecnologia se quiserem se adaptar. “O consumidor mudou. Temos que ser mais rápidos e eficientes, adaptando os nossos serviços e criando novas funcionalidades com agilidade”, afirma. Isso não significa que as empresas não devam investir em capacitação humana.

Para Pousada, da RD – RaiaDrogasil, rede com mais de 1700 lojas em todo o país, o ser humano sempre vai ser diferencial no varejo. “Com todo o respeito, acho a Amazon legal. Mas sem gente um negócio não fica de pé. Precisamos cuidar bem das pessoas”, diz.

Para isso, o negócio tem investido na capacitação e no atendimento dos seus funcionários. Neste ano, implementaram a venda de vacinas na empresa. Para o futuro, não descarta a possibilidade do negócio realizar pequenos exames, como coleta de sangue e medição de pressão. “Temos que nos adaptar ao que for melhor para o cliente.”

Além dessas dicas, os executivos listaram outras tendências do futuro do varejo para o mercado brasileiro. Confira:

Multicanalidade

É de comum acordo entre todos os palestrantes que o futuro – e o presente, em certos casos – do varejo está relacionado a multicanalidade. Na visão dos executivos, estar presente em diversas plataformas é básico para atender ao novo consumidor. Para Pousada, a jornada multicanal se tornou um grande divisor de águas do mercado. “O celular trouxe um desafio para os varejistas: trazer relevância para a vida do consumidor com eficiência e rapidez.”

Big data

Tendência há muitos anos, o big data começa a se solidificar no varejo. Com a análise de informações gerada a partir dos dados dos clientes, foi possível ser mais assertivo. No entanto, o presidente da RD – RaiaDrogasil acredita que é necessário cuidado. “Precisamos usar bem essa informação. Não adianta tomar essa informação de maneira irresponsável”, diz. Na sua visão, os dados serão ainda mais valiosos no futuro. “Só que vai custar caro para as empresas se não usarmos para melhorar a vida do cliente.”

Consumidor do futuro e do presente

Além de conectada, a nova geração de consumidores está mais preocupada com propósito. Noël Prioux, do Carrefour Brasil, diz que tem sentido o impacto da mudança na sua empresa. “O nosso cliente quer uma vida mais saudável, produtos orgânicos, transparência com os fornecedores e até bem-estar animal. Tivemos que nos adaptar.” Pousada reforça. “Se a empresa não tiver um propósito forte, se não mostrar porque existe, o consumidor cobra. E isso custa caro.”

Loja do futuro

Questão frequente entre os debates sobre futuro do varejo, a loja física também começa a ganhar um resignificado. Por exemplo, para João Paulo Ferreira, presidente da Natura, os pontos físicos se tornaram uma alternativa importante para aumentar as vendas da empresa.

Em 2016, investiram no modelo e desde então já inauguraram 26 lojas no país – além de unidades nos Estados Unidos, Argentina e França. “Vimos que a abertura de lojas seria complementar às nossas vendas diretas e decidimos investir nisso.” Segundo o executivo, hoje os pontos de venda funcionam como showrooms para as consultoras da Natura. O mesmo para a RD – RaiaDrogasil, que desde 2016 inaugura mais de 100 lojas por ano.

Mudança de gerações

Outro alerta que Pousada faz é sobre o futuro do Brasil. Segundo o executivo, o perfil demográfico do público brasileiro vai mudar drasticamente nos próximos anos. “É função do varejista aprender a atender, se comunicar e criar um relacionamento com essa nova geração de clientes. Para nós, donos de farmácia, é mais fácil. Mas outros setores também terão que se adaptar.”

Leia a matéria original em: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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