Não existe mais limite entre os mundos físico e digital. Pelo menos não no varejo. Nos últimos anos, uma série de tecnologias ganhou escala e alcançou os mercados dos mais variados setores. São inovações que permitem aumentar exponencialmente a capacidade de gerenciar a produção, a distribuição e as vendas, comunicar-se com os consumidores diretamente por meio de seus smartphones e gerar interação desde as vitrines.

Robert Pernice, diretor global de etiquetas inteligentes para o segmento de beleza da Avery Dennison, afirma que essas mudanças estão transformando a área em que atua. “O mercado de beleza está migrando para o omnichannel, a convergência de canais. Não importa mais onde você vende, o importante é utilizar todas as ferramentas disponíveis da melhor forma”, afirma. “A personalização e o número de cores disponíveis crescem na taxa de 5% ao ano. Esse fenômeno está aumentando ainda mais o desafio de gerenciar bem os estoques, além de dar a possibilidade ao consumidor de comprar em qualquer canal com uma experiência sem barreiras.”

Especialista nessas soluções, a multinacional americana Avery Dennison apresentou seus produtos em São Paulo, no primeiro dia da Latam Retail Show, um dos maiores eventos de varejo e consumo da América Latina.

Tags inteligentes

As etiquetas equipadas com identificação por radiofrequência (RFID) funcionam como um estádio lotado, com milhares de pessoas dormindo nas arquibancadas e, no gramado, um indivíduo com um megafone. “Quem está com o megafone grita um nome. Todos começam a murmurar seu próprio nome, até que a pessoa consegue identificar quem está procurando”, explica o autor da analogia, Robert Pernice, que participou da Latam Retail Show como palestrante.

As etiquetas inteligentes permitem rastrear os produtos com um alto grau de eficiência. Assim, elimina um problema antigo que todo lojista conhece muito bem: o sistema indicar que ainda existem algumas poucas unidades disponíveis de determinado produto no estoque quando, na verdade, não há mais nenhum.

O setor de beleza, em especial, com suas centenas de diferentes cores de batom e de maquiagem, começa a se beneficiar dessa tecnologia. “Antigamente, ao longo de um ano, o setor perdia o controle sobre 30% do estoque de seus produtos”, afirma Pernice. “Com a RFID, o nível de acuracidade de inventário chega a 99%.”

O diretor da Avery Dennison cita um caso específico de outro setor, o de calçados. “A Macy’s mantém uma loja em Nova York que tem o tamanho de um quarteirão. Todos os dias, centenas de pares de sapatos são retirados do estoque ou das vitrines. E ao fim do dia precisam ser repostos. Com as etiquetas inteligentes, a loja faz esse trabalho muito mais rapidamente, mantendo os produtos sempre disponíveis para a compra. Os resultados aparecem rapidamente.”

Robert Pernice lembra que as etiquetas RFID são acessíveis: “Hoje, custam oito vezes menos do que quando eu comecei a trabalhar com o produto, há 25 anos”. E já alcançaram um grau de desenvolvimento tecnológico que permite aplicar as etiquetas em situações desafiadoras, como embalagens metálicas e produtos líquidos.

Conversa eletrônica

A Avery Dennison também desenvolve soluções em Near Field Communication (NFC). Como o nome indica, essa tecnologia possibilita a troca de dados entre dois dispositivos eletrônicos compatíveis e próximos entre si.

As aplicações para o varejo são inúmeras. Ela permite melhorar a comunicação com o consumidor, pois permite criar um storytelling sobre o seu conceito, sua origem e fabricação, o modo de usar e os efeitos esperados. Tudo isso diretamente pelo smartphone do cliente.

TV na vitrine

Para avançar na comunicação com o consumidor, a Avery Dennison fez demonstrações, durante a Latam Retail Show, da plataforma interativa Vela. Ela funciona como uma película posicionada sobre as vitrines que transforma o vidro comum em uma tela, em que podem ser expostos vídeos e informações sobre promoções.

Quando o lojista preferir, a tela volta a ser uma vitrine comum. Dinâmica e versátil, a tecnologia permite melhorar a comunicação com os consumidores e os possíveis novos clientes. É mais um passo na aplicação de tecnologias acessíveis e que estão transformando o varejo.

Matéria original publicada em: Exame

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