Você já teve a sensação de entrar num shopping em busca de uma loja específica e achar que está dentro de um labirinto de vitrines? Muita gente sim. E, entre um corredor e outro, o consumidor se depara com uma loja desconhecida e acaba fazendo uma comprinha de última hora.

Acontece que a disposição dos estabelecimentos é meticulosamente pensada pelas empresas que administram e comercializam lojas em shoppings – e tudo tem início antes mesmo do empreendimento sair do papel.

É o conceito de Tenant Mix (mix de locatários, em tradução livre), que se refere a atividade de analisar, organizar e distribuir comércios dentro do shopping. A ideia é que haja dentro do shopping marcas distintas, complementares e harmônicas para que o empreendimento seja atraente, competitivo e rentável.

“A grande magia é o shopping conseguir adequar a quantidade e diversidade de lojas para oferecer uma mistura completa, que satisfaça as necessidades da região em que está instalado”, afirma Marcos Hirai, sócio-diretor da GS&BGH, que realiza busca e negociação de pontos comerciais para redes de varejo e franquias.

Não há uma regra específica para desenvolver um projeto de Tenant Mix. Tudo depende do público-alvo, localidade e pontos de paridade e diferenciação do shopping.

Por exemplo, caso esteja numa região com muitas empresas ao redor, é recomendado que o shopping ofereça grande gama de alimentação e serviços para os profissionais que circulam nas redondezas. É o caso do Shopping Light, no centro velho da capital paulista.

Outra característica é a organização por porte de loja. Anualmente, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) divulga o Plano de Mix, publicação que fornece sugestão de classificação dos diversos ramos de varejo.

As lojas âncoras são aquelas com mais de mil metros quadrados, de marcas muito conhecidas e que atraem grande fluxo de pessoas. Costumam ser de departamentos, vestuário, hipermercados, construção e decoração, entre outros. As semi-âncoras são similares, mas de porte menor, entre 500 e 999 m².

As megalojas são aquelas entre 250 e 499 m², especializada em determinada linha de produtos, com ampla variedade, como a Fast Shop. Há também as lojas satélites, espaços inferiores a 250 m², destinados ao comércio em geral.

Geralmente, marcas que têm o poder de atrair muitos consumidores são alocadas nas extremidades do empreendimento, distantes umas das outras. Isso faz com que o fluxo de clientes seja distribuído e força a clientela a conhecer lojas menores.

No Shopping Tatuapé, centro comercial bastante popular da zona leste, uma unidade da Lojas Americanas ocupa o canto direito. Na outra ponta, há uma Renner. Nos fundos, na parte central, uma C&A.

TENDÊNCIAS

De acordo com a pesquisa Perfil do Frequentador de Shopping Centers, realizada pela Abrasce, somente 37% das pessoas que vão aos shoppings possuem intenção de compras. Depois, aparece alimentação (19%), ver vitrines/passear (18%) e utilizar serviços (15%).

“Hoje, as tendências nos shoppings são gastronomia, entretenimento e serviços médicos”, afirma Hirai.

Somente na região metropolitana de São Paulo, a Dr. Consulta, rede de clinicas médicas, mantém 12 unidades em shoppings. Nos últimos anos, também proliferou o número de parques de trampolim e piscinas de bolinhas gigantes itinerantes em shopping. Os centros de lazer agradam tanto adultos quantos crianças.

E um fato curioso. Há quase um ano, o Monte Carmo Shopping, em Betim, Minas Gerais, abriga um templo da Igreja Batista da Lagoinha.

Leia a matéria original em: Diário do Comércio

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