Um dos grandes desafios dos varejistas, em escala mundial, é o de se adequar à nova realidade e o novo contexto de diálogo entre marcas e consumidores. É fato que se pudesse ainda mandar nesse diálogo, deixaria as coisas para sempre como sempre foram, sem mudar o passo ou o ritmo, mas o consumidor através da revolução digital tomou as rédeas do poder para si, e se o varejo local hoje não atender suas necessidades, a compra pode ser feita até mesma no exterior. A velha briga entre concorrentes muro a muro, hoje pode ser considerada uma guerra de muro contra “muralha”, se estendendo até a China!

Nesse contexto, há um enorme desespero das empresas em tentar rapidamente recuperar o tempo (e o ritmo) que parece terem perdido, principalmente através da inovação, de um novo mindset, ou até mesmo a busca pelo novo modelo que seja quem sabe, até mesmo disruptivo no mercado.

As buzzwords, ou “as palavras que estão na boca de todo mundo”, já começam a soar de forma tão constante, que nem tão inovadoras mais parecem. O efeito de marketing dessas palavras começa a se dissipar e a cobrança sobre os resultados começará em breve a aparecer.

São inúmeros os casos que já escutei sobre empresas que decidem em suas reuniões mais importantes “dialogar”, ou se aproximar do novo ecossistema (Mais uma buzzword!). Mas são raras as exceções onde as empresas saíram dessas mesmas reuniões já sabendo ao menos o que queriam com essa aproximação.

Certo dia, conversando com um empreendedor de uma startup, focada em inteligência artificial, conversávamos sobre algumas necessidades desse mercado e falamos das soluções de análises e dados, o que chamamos (outra buzzword!) de Analytics. Seguiu-se a conversa:

– Mas Caio, você não acha que esse assunto já não está na pauta deles?

– Na pauta? Ainda há tantos que não tem nem e-commerce, imagine isso então!Veja há quanto tempo falamos de assuntos como venda digital ou omnicanal e poucos de fato fizeram ou fazem algo!

Como exemplo, só o livro OMNIERA, desenvolvido pelo Grupo GS& Gouvêa de Souza foi publicado no já distante 2015! A inovação não é algo novo, sempre esteve aí. Só agora que empresas como Magazine Luiza começam a mostrar os resultados de um projeto que se iniciou há quase uma década, é que as empresas parecem ter acordado para o fato.

Mas ter deixado de lado o assunto por tanto tempo já está trazendo hoje sérios riscos para as empresas. Se consideramos que alguém queira simplesmente “copiar o modelo” de sucesso de uma Magazine Luiza, por exemplo, investindo em digitalização, laboratório, aquisições de startups, é certo também falarmos que alguém que iniciar a rota nesse exato momento, talvez só comece a alcançar resultados de fato similares daqui a 5, 6 anos.

Enquanto isso, como reagir ao mercado e suas demandas?

Inovação já está entre nós há tempos, e por isso, deve ser pensada de forma sustentável, e não apenas como marketing, ou valorização da imagem da empresa. Precisa trazer resultados, precisa ser trabalhada, adaptada e até mesmo repensada de forma constante.

Uma das buzzwords ou termos de mercado que mais gosto é o das “low hanging fruits”, usado ao pé da letra como “as frutas mais fáceis de alcançar”, ou seja, as ações que trariam resultados rápidos.

Amigo, para se ter frutas, é necessário plantar.

Fica a dica!

Leia o artigo original em: Proxxima

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