Entre as mais recentes tendências para se destacar no comércio está o aperfeiçoamento dos processos de logística no varejo. Entregas cada vez mais rápidas, sem causar avarias nos produtos e que correspondam às necessidades de um consumo mais imediato e sustentável, é um dos aspectos que vem sendo trabalhado por empresas do setor, especialmente pelas grandes redes que vendem não apenas itens menores, como eletroeletrônicos, mas também móveis e eletrodomésticos.

O estudo O Futuro da Operação Omnichannel, conduzido pela companhia Zebra Technologis e realizado junto a lideranças empresariais, antecipa grandes mudanças no setor de logística, impulsionadas pela chegada de drones, veículos autônomos e entregas terceirizadas.

A pesquisa revelou mudanças nas expectativas das empresas e dos consumidores nos próximos 10 anos: 78% das empresas de logística esperam entregar pedidos no mesmo dia em 2023 e 40% preveem que os pacotes chegarão aos compradores em um prazo de duas horas em 2028. Além disso, 87% dos entrevistados pretendem terceirizar as entregas ou usar serviços especializados para finalizar encomendas específicas em 2028.

Entre agosto e setembro deste ano, duas das principais companhias varejistas do Brasil anunciaram publicamente maior velocidade na entrega de seus produtos. O presidente do Magazine Luiz, Frederico Trajano, afirmou durante o evento Latam Retail Show que a empresa pretende até 2019 realizar cerca de 50% de suas encomendas em até dois dias. Para isso será estruturada uma “integração” entre compras em lojas físicas e virtuais combinada à otimização no uso de caminhões.

Já a Via Varejo detentora das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, contratou serviços de integração logística no varejo que conecta entregadores independentes às empresas do setor comercial, visando reduzir o tempo de entrega das mercadorias de dez para dois dias. Além disso, a rede aposta no projeto de “mini hubs”, que funcionam como pequenos Centros de Distribuição dentro das próprias lojas físicas, de onde os clientes podem fazer a retirada dos produtos.

O que está em desenvolvimento nestas empresas é a uma integração sistêmica entre as diferentes etapas da logística: processar o pedido, confirmar pagamento, separar a mercadoria, embalar e despachar. Os desafios aumentam na medida que também crescem a demanda por velocidade.

Diante do potencial mercado que gira em torno da logística no varejo, despontam empreendimentos cujos serviços de inteligência focam em aproximar as empresas comerciais a outras companhias ou profissionais independentes especializados em transporte. Uma delas é a Mandaê, que por meio de uma plataforma digital própria organiza toda a cadeia de encomendas, oferece acesso a uma rede de transportadoras de uma única vez, otimiza custos do frete e propõe melhorar o tempo e a qualidade de entrega.

Serviços de inteligência em logística no varejo

Para o head de produtos da Mandâe, Douglas Cunha, a nova geração de consumidores é imediatista, exigindo mais agilidade nas encomendas, mas há também outros aspectos, como novos valores de compra e consumo. Ele conta que existem, por exemplo, empresas com cotas de sustentabilidade para cumprir. Estas estipulam uma porcentagem para que encomendas sejam entregues de bicicleta, pois querem ajudar a incentivar esse mercado e usar menos automóveis.

“Entendemos que nem sempre a velocidade é o fator principal que deveria importar num ciclo logístico. O mais importante é a experiência. Garantir que a compra feita chegue ao destinatário de forma como foi combinada e no tempo estipulado, sem problemas, é o que de fato faz a diferença”, diz.

Para que a logística no varejo reflita numa boa experiência de compra, Cunha apresenta três fundamentos básicos que devem ser observados. São eles:

1 – É importante que o lojista não fique nas mãos de apenas uma única opção de transporte, isto é, que diversifique os prestadores de serviços nessa área. Hoje, o mercado depende muito dos Correios, que quando inicia uma greve – o que se tornou comum – deflagra impactos negativos no negócio e levam a danos à imagem da marca e insatisfação do cliente.

2 – Oferecer variedades em módulos de tempo de entrega. “Se tenho pressa em receber, posso ter opção de receber em um ou dois dias e pagar um pouco mais por isso. Se não tenho pressa, posso receber daqui duas semanas e pagar um pouco menos. Também posso ter a opção de fazer a retirada na loja. O cliente hoje quer opções, e isso está conectado à boa experiência de compra”, diz Cunha.

3 – Segundo o head de produtos da Mandaê, as empresas têm o hábito de entregarem a encomenda na mão da transportadora e não se envolverem mais com o processo, mas aqui estratégias de pós-venda se tornam importantes. Trata-se de fazer o rastreamento da encomenda e gerenciar expectativas, informando por e-email, SMS, WhatsApp ou outros meios em que fase se encontra o produto. Avisar, por exemplo, que a encomenda está a caminho, que chegará dentro de determinadas horas, ou mesmo que ocorrerá um atraso são sinais de que a empresa se importa com o consumidor.

Leia a matéria original em: Emobile

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