Um dos maiores eventos do varejo brasileiro, o Latam Retail Show 2019 movimentou o setor nesta semana em sua quinta edição, realizada de 27 a 29 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo. A SoluCX participou do evento e acompanhou os debates sobre o futuro do varejo nacional.
Confira alguns dos destaques da programação de palestras do Latam Retail Show 2019:
Big Data
A enxurrada de informações à disposição das empresas e a maneira como esses dados podem ser aproveitados para trazer benefícios aos varejistas foi o mote do painel “Por que Big Data precisa do Think Data?”.
“É preciso levar em conta o lado humano para tirar insights valiosos desse mundo de informações. O estudo dos dados preciso do olhar apurado de especialistas, que saberão indicar como aplicá-los de forma mais estratégica”, afirmou Carol Leslie, estrategista de experiência do usuário e sócia da Zoly.
Janaína Brizante, diretora científica da Nielsen Brasil, destacou que a empresa utiliza métricas da neurociência – como engajamento emocional, memória e atenção –, aliadas a métricas próprias – como efetividade geral, intenção e ação – para auxílio na tomada de decisões.
Ana Gabriela Bonfim, sênior analytics do Serasa Experian, alertou para a importância de utilizar os dados disponíveis para fazer as perguntas certas ao consumidor. “As respostas não surgem de uma hora para a outra. É necessário trabalhar em conjunto para conectar os pontos”, explicou ela no Latam Retail Show 2019.
Tecnologia
Christopher Wong, vice-presidente global de Estratégia, Ofertas e Alianças da IBM, esteve no evento para tratar das novas tecnologias na transformação digital do varejo.
Ele destacou que os varejistas aceitaram que a disrupção é o futuro dos seus negócios. “É preciso repensar para seguir com a disrupção. Entender de relacionamento com o cliente e saber como isso precisa mudar”, disse Wong, defendendo o aumento dos investimentos em tecnologia.
“As empresas precisam ter um cofre, não apenas para economizar, mas para gerar capital a fim de financiar os próximos investimentos. A maior parte dos varejistas gasta apenas 2% investindo em tecnologia. Você precisa reconhecer que a tecnologia é um novo mundo em que precisamos trabalhar.”
Digital
O COO do Grupo GS& Gouvêa de Souza, Eduardo Yamashita, apresentou os dados da pesquisa global “Phygital Retail: Última Chamada para a Transformação Digital”, do Ebeltoft Group.
Ele ressaltou a distância entre as empresas que se transformaram digitalmente e as que não fizeram essa mudança está se tornando grande demais – e poderá se tornar irreversível. Por isso, o caminho natural é a integração entre os universos físico e digital.
“Nós pudemos notar que existe um gap entre a percepção de urgência dos varejistas e a que percebemos no mercado. Vemos que os varejistas estão muito aquém da velocidade exigida”, disse ele na sua palestra no Latam Retail Show 2019.
A pesquisa mostra que os líderes ainda têm grande dificuldade para definir prioridades. “A consequência disso é ter uma estratégia superficial, com um pouco de tudo, mas sem aprofundar em nada. Isso gera uma estratégia falha”, completou Yamashita.
Outra importante conclusão do estudo é que é preciso ser bom em muitos aspectos para acertar no phygital. “Foi interessante que um dos varejistas destacou que antes o foco eram as lojas e os produtos. Agora, com o digital, temos a oportunidade de focar no consumidor. O digital tem como função facilitar o trabalho das equipes, permitindo que elas dediquem mais tempo aos clientes”, disse Yamashita.
Valores
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, e Rony Rodrigues, CEO e Fundador da Box 1824, participaram do encontro que teve como tema as “Human Brands” (marcas humanizadas), que procuram contribuir com a melhoria da sociedade, seguindo valores defendidos pelo consumidor.
“Não é à toa que precisamos praticar a empatia. Se você se colocar no lugar do consumidor, a chance de conquistá-lo é muito maior”, destacou Meirelles, lembrando que os consumidores visitam muito mais canais de venda. “70% passaram a visitar pelo menos três canais de compra. Sendo assim, só vão sobreviver os varejistas que têm uma clara proposta para oferecer. Não dá mais para usar os padrões do século 20 para entender o consumidor do século 21”, completou, durante sua palestra no Latam Retail Show 2019.
Para Rodrigues, em razão do ritmo frenético e estressante da vida moderna, as marcas estão “prometendo” sentimentos como relaxamento, performance, sonho e uma “reflexão realista e pragmática”. “Essas são as promessas que fazem conexões extremamente verdadeiras com as pessoas. Marcas são versões melhores de nós mesmos”.
No encerramento do Latam Retail Show, o diretor Estratégico Internacional de Marketing e Luxo da El Corte Inglés, Javier Fernández Andrino, retomou a questão e falou sobre a necessidade de proporcionar experiências diferenciadas para o novo consumidor.
“O mundo está se transformando através do varejo. As grandes lojas deixaram de ser apenas locais de consumo para tornar-se locais de experiência. Os consumidores buscam um prazer de ter não só um produto, mas uma recordação. As pessoas não compram produtos, compram valores. E os valores têm fãs”.
Matéria publicada original em: Solu CX