Desde o primeiro censo do setor, realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) em conjunto com o Sebrae há 20 anos, o franchising cresce continuamente. Mesmo durante as crises financeiras mais severas ao longo do período, ainda que não tão acelerado, o crescimento esteve presente. A Pesquisa Trimestral de Desempenho do Setor, desenvolvida pela ABF, apontou um crescimento nominal de 5,9% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2018. A receita passou de 40,734 bilhões de reais para 43,122 bilhões. No semestre, o aumento foi de 6,4% (79,496 bilhões de reais para 84,586 bilhões). Já a receita acumulada nos últimos 12 meses teve uma expansão de 6,9%, passando de 168,360 bilhões de reais para 179,933 bilhões.

A linha de crescimento do franchising nacional impressiona, principalmente se comparada com os segmentos independentemente. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços, por exemplo, é um dos que mais têm mostrado dificuldades em se recuperar da crise, apresentando retração por quatro anos consecutivos – em 2018, o recuo foi de 0,1%. Quando falamos de franquias, entretanto, serviços e outros negócios aparecem em destaque, com o maior crescimento no segundo trimestre do ano, chegando a 8,9%. Logo em seguida, os serviços educacionais somam positivos 8,7%.

Para o presidente da ABF, André Friedheim, a discrepância tem explicação. Características das franquias, como compartilhamento, colaboração, escala, força da marca, transferência de know-how e trabalho em rede, atraem investimentos dentro e fora da crise. “Quando um empresário decide empreender por franchising, ele sabe que suas chances de sucesso são maiores do que trabalhando de maneira independente”, afirma.

Reinventar-se para sobreviver

Apesar das boas notícias, o setor não passou imune pelas dificuldades enfrentadas na economia nacional. A projeção de crescimento anual para esse mercado chegou a ambiciosos 10%, mas foi revista para 7% por conta dos altos e baixos econômicos do primeiro semestre.

O índice de fechamento de unidades também foi um pouco maior do que o esperado. Mas, para o presidente da ABF, faz parte do negócio. “Na crise, as empresas olharam para dentro e fizeram uma otimização de territórios, filtrando as operações para que houvesse um crescimento”, reforça.

Lyana Bittencourt, diretora executiva da consultoria Grupo Bittencourt, destaca a criação de modelos mais enxutos como uma mudança que tem feito a diferença. “Algumas marcas têm desenvolvido modelos  que focam os produtos best-sellers para reduzir o espaço de exposição e o estoque. Outras segmentam por produto ou criam novas tecnologias. São possibilidades para inovar e se reinventar”, explica.

Leia a matéria na íntegra em: Exame

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