Em busca de complementar a renda ou de fazer a algo que dê mais prazer, muitos resolvem empreender, mesmo que não possam se dedicar integralmente a isso. As oportunidades existem, mas este empreendedor deve saber que os desafios são grandes e a geração de receita costuma ser proporcional ao tempo investido. “Vemos casos de pessoas que tem empregos e como alternativa adicional de renda começam a empreender. Isso funciona, porém exige muita disciplina, foco e dedicação, uma vez que uma atividade não pode atrapalhar a outra”, aponta Lyana Bittencourt, consultora e diretora executiva do Grupo Bittencourt.

Para Paulo Ancona Lopez, da Ancona Consultoria, dedicar apenas meio período a um negócio não é o mais indicado, principalmente se é algo novo e que está em fases de validação. “No entanto existem empreendimentos que não estão diretamente ligados ao público ou que podem ser desenvolvidos de casa ou à distância, e então podem ser empreendidos por meio período, como por exemplo prestações de serviço ou trabalhos ligados a vendas e representações”, indica.

O planejamento e a preparação são cruciais, principalmente se você não tem muito tempo para se dedicar ao negócio. Entre os primeiros passos, está a formatação de um plano de negócios que leve em consideração a visão estratégica, uma análise de concorrência e, no caso de abrir um ponto fixo, a pesquisa pelo local onde está seu público-alvo. “Se não tiver o capital próprio, o melhor caminho pode ser procurar um investidor, um sócio ou cofundador para não precisar de um financiamento que onere o valor que vai faturar nos primeiros anos”, afirma Ricardo Baccarat, consultor da AGR Consultores.

Lyana Bittencourt diz que algumas perguntas são essenciais no início do empreendimento, em especial para quem pretende trabalhar nisso em meio período. Quanto do tempo será dedicado aos contatos comerciais, quanto de execução do trabalho e organização das demandas? Quanto para a gestão administrativa e financeira? “Tudo isso tem que ser medido e executado para que o empreendedor não se perca e deixe o tempo se esvair em distrações desnecessárias. Organização é fundamental”, ressalta.

Majoritariamente, o que os especialistas observam é que as pessoas que empreendem em meio período geralmente estão em busca de uma segunda fonte de renda, além do emprego que já possuem. “Mas há também aqueles que começam a empreender num negócio de meio período para poder ganhar confiança e partir para algo maior. É como se fosse um “test-drive” antes de investir mais dinheiro e tempo num negócio próprio”, diz Bittencourt.

Segundo Luiz Gustavo Comeli, consultor do Sebrae-PR, estas pessoas pensam em aproveitar as competências e habilidades que possuem e potencializá-las, mas é também uma forma de ocupar um tempo ocioso. “Boa parte são pessoas que fazem de um período livre uma fonte de renda e ocupação. Há também os que buscam mais qualidade de vida, mais tempo para a família, e têm a percepção de que empreender vale mais a pena, que existe um senso de satisfação maior nisso”, aponta.

A escolha de onde empreender também deve vir da identificação destas competências e habilidades. “Se o tempo de dedicação já é curto, imagina se a pessoa não tiver vontade real de fazer acontecer por não se identificar com o negócio?”, questiona Bittencourt.

Mesclar conhecimentos distintos e uma mesma admiração foi o que moveu Dayane Dall’Ago e Louisi Varela Bueno a abrirem a La Lou Design. Dayane é oceanógrafa e trabalha como Analista Ambiental e Louisi é designer e trabalha há sete anos com mercado de luxo, as duas em Balneário Camboriú. O interesse por botânica era algo em comum. “Foi assim que unimos meu conhecimentos em meio ambiente e os de Louisi de decoração e design”, conta Dayane. Elas fabricam vasos de concreto artesanalmente e já possuem três coleções com assinatura da marca, além de mais de 30 modelos avulsos e sob encomenda.

As duas contam que não houve muito planejamento na hora de começar o negócio, apenas o desejo de empreender e ter uma renda extra. “O nosso “empurrão” inicial se deu através da participação de uma feira em nossa cidade, onde a boa aceitação e o feedback positivo das pessoas nos deixaram muito entusiasmadas para investir neste projeto”, conta Louisi.

Confira a reportagem completa em: Gazeta do Povo

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