varejo

Muito se discute sobre o futuro e os impactos da tecnologia no mundo do varejo. Os canais digitais e ferramentas de relacionamento com clientes têm sido cada vez mais valiosos na captação e satisfação de novos consumidores. Mas o fator tecnológico não é o único levado em consideração. Para varejistas, as expectativas para o futuro do setor vêm de uma junção de fatores como a busca por propósito e a expectativa por reformas.

Durante debate que ocorreu na última quinta-feira (6) na Retail Trends, convenção que discute as novidades do setor, líderes se reuniram para conversar sobre as novas tendências globais e os rumos que o varejo está tomando.

Estiveram presentes Marcelo Silva, Vice Presidente do conselho administrativo do Magazine Luíza; Juliano Ohta, diretor-geral do grupo Telhanorte/Tumelero; Lindolfo Martin, fundador e presidente da Multicoisas; Paulo Serrano, diretor de varejo da Natura e The Bodyshop e Elio Silva, diretor executivo de Marketing da Riachuelo. A conversa foi mediada por Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza.

O principal assunto abordado durante o debate foi sobre o propósito pelo o qual o empresa atua. Lindolfo, da Multicoisas, utilizou sua experiência com franquias para exemplificar: cada vez mais pessoas e relacionamentos estão sendo cada vez mais colocados em pauta, e ter uma empresa que valoriza pessoas e conhecimento é essencial para manter o legado e propósito da companhia.

À frente de empresas como Natura e O Boticário, Paulo Serrano reforça a questão do propósito com a marca. Segundo ele, é necessário que se assuma a responsabilidade como empresa e que isso seja propagado entre os colaboradores. Além disso, mencionou uma pergunta chave para negócios avaliarem seus desempenhos nesse ponto: “Minha ação está conectada ao propósito da empresa?”.

Outro ponto que está diretamente conectado ao futuro do mercado do varejo é a questão da reforma tributária. Marcelo Silva, da Magazine Luíza, afirma que ela, juntamente com uma reforma administrativa, é essencial para que o varejo se desenvolva. Segundo ele, não adianta crescer em receita ao mesmo tempo em que se cresce em despesas.

Em relação à tecnologia, a reinvenção do relacionamento com os clientes foi colocada em pauta. Juliano Ohta, do grupo Telhanorte/Tumelero, diz que o varejo está frente a um momento mágico, pois está inserido no setor high tech, no qual há grandes oportunidades para resolver a vida dos clientes, como com a maior personalização.

Já para Elio Silva, da Riachuelo, os avanços são essenciais para entender e estar cada vez mais próximo do cliente, desde o desenvolvimento do produto até o momento da efetuação da compra. Ele enxerga as chamadas “novas gerações” – que englobam os millennials e a geração Z – como potenciais consumidores, que estão sempre antenados graças à tecnologia.

Tendências tecnológicas também foram discutidas

A convenção incluiu ainda a apresentação de um estudo sobre a aplicação de tecnologias no varejo brasileiro. Realizado com mais de 70 empresas presentes nos mais diversos setores, ele buscou mapear os usos e qual rumo a aplicabilidade dos recursos deverá tomar.

Entre as tecnologias consideradas essenciais para o varejo, Big Data & Analytics e meios de pagamento lideram a pesquisa. Questões como soluções de logística e Inteligência Artificial ficam um pouco atrás, e no final da lista das prioridades estão os drones, com apenas 1% de prioridade.

O estudo fez ainda o mapeamento dos recursos que ainda não estão preparados para ser inseridos no mercado. Em contraste com a pesquisa anterior, os drones – que abrangem qualquer sistema automatizado de entregas – vêm em primeiro lugar, seguidos de Blockchain e rastreabilidade e soluções baseadas em 5G.

Como base para o futuro,  o estudo estima que nos próximos três anos o varejo deve investir em Big Data & Analytics e meios de pagamento, seguidos de soluções de logística. Além disso, ressalta o “interesse versus real investimento” nas tecnologias: de acordo com Caio Camargo, Sócio-Diretor da GS&UP, o varejista brasileiro está investindo em tecnologias mais necessárias e não nas opcionais e adicionais, reflexo da crise econômica.

Fonte: Portal PEGN

Leave a comment

O seu endereço de e-mail não será publicado.

PortugueseEnglishSpanish