Representantes do varejo se reuniram na sede da ACSP para discutir os resultados e aprendizados da primeira edição da campanha e definir as estratégias para o próximo ano
Empresários e representantes do varejo se reuniram na manhã de hoje na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para acompanhar alguns resultados da campanha e definir novas estratégias para 2020
Os resultados da primeira edição da Semana do Brasil deixaram o comércio otimista. A expectativa é que a data se consolide nos próximos anos, assim como aconteceu com a Black Friday no país. Em 2020, o evento já tem data marcada para acontecer: entre os dias 3 e 13 de setembro.
“Vamos apoiar e trabalhar para perpetuar a data, que esse ano mesmo sendo promovida de forma rápida já mostrou que tem muito potencial para movimentar o consumo do país”, diz Alfredo Cotait, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado (Facesp).
Abdo Antônio Hadade, diretor vice-presidente da Facesp, diz que a entidade se empenhou estrategicamente para divulgar a campanha distribuindo materiais e orientando os comerciantes, visando realçar o mês de setembro como mais um período de promoções, aquecendo a economia, movimentando o comércio e estimulando o turismo interno.
Inspirada nas grandes campanhas do varejo de outros países, Fábio Wajngarten, secretário especial de comunicação social da Presidência da República (Secom), afirma que o objetivo da Semana do Brasil é criar um momento especial para os consumidores, estimulando a economia e incentivando o sentimento de patriotismo da população.
Na opinião de Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, promover uma campanha que entrega um benefício direto ao consumidor é a principal estratégia para consolidar a data. E isso, o comércio eletrônico soube fazer muito bem, segundo o especialista.
Ele acredita que as motivações para a retomada do varejo dependem da massa salarial, da redução do desemprego, da menor inadimplência, de um menor comprometimento de renda com dívidas, e, sobretudo, do aumento da confiança do consumidor, que tem sido abalada por conflitos e discussões políticas.
“A grande virtude da Semana do Brasil foi criar um fato novo e desviar o foco do consumidor dos problemas para as perspectivas de crescimento da economia”, diz. “Os resultados positivos da semana do Brasil devem fixar a data no calendário do varejo. Nesse ano, o destaque ficou para o comércio eletrônico. Várias empresas que atuam online e off-line optaram por adotar o evento apenas no canal digital e se saíram muito bem”, diz.
Realizada pela primeira vez neste ano, a ação promocional levou o comércio nacional a crescer 11,3% entre os dias 6 e 15 de setembro, na comparação com o mesmo intervalo de 2018, quando o evento ainda não existia, segundo dados da Cielo, empresa líder no segmento de pagamentos eletrônicos.
A nova semana de descontos puxou especialmente, as vendas do comércio eletrônico (18,5%) e de shopping center (8,5%). As categorias que mais cresceram foram as de cosméticos (19,8%), móveis, eletroportáteis e lojas de departamento (12,6%) e vestuário e artigos esportivos (6,1%).
Durante a sua apresentação, Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo, esclareceu a importância da criação de uma nova data comercial em setembro. Nas palavras de Mariotto, o varejo nacional passa por uma desaceleração natural nos meses de julho e agosto, que fica ainda mais evidente com as atuais dificuldades do cenário macroeconômico.
Mariotto falou sobre o potencial da data destacando que em 2011, no começo da Black Friday no Brasil, as vendas cresceram aproximadamente 14%, em relação ao ano anterior. Já em 2013, o evento se tornou mais relevante e começou a antecipar as vendas de fim de ano até evoluir e ganhar a representatividade que tem hoje. Em 2018, o evento registrou um crescimento de 24%, somente nas lojas virtuais.
Paulo Pompílio, diretor do Grupo Pão de Açúcar (GPA), concorda. Na análise do executivo, para que a data se concretize, é necessário que haja uma adesão em massa ao evento e que o varejo se empenhe ainda mais na divulgação para que o consumidor reconheça os benefícios da nova data comercial nos próximos anos.
“O varejo e suas entidades representativas precisam estar atentos e controlar os lojistas para que aquele negócio que aderir a ação ofereça benefícios reais e não tenha atitudes que o descredenciem”, diz.
Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 124 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.
Matéria original publicada em: Segs