A Cannabis medicinal entrou de fato para a agenda de eventos de São Paulo. Só nos últimos três meses, foram organizados dois eventos pela  mesma empresa Lide Futuro– especializada em apresentar e discutir novas tecnologias e negócios disruptivos. Entre tantos temas, chegou a vez da Cannabis, um mercado estigmatizado, mas que cresce mundo afora e já é chamado de nova economia.

Estes eventos, assim como o blog Cannabis Inc., discutem o mercado legal, formado com tecnologia, pesquisa e profissionais sérios, que abrem as portas para novas oportunidades de empregos e mais qualidade de vida para pacientes portadores de doenças crônicas – algumas raras.

A programação do ano continua. Em novembro (27), o Grupo GS&MB Gouvêa de Souza, conhecido pela organização da maior feira de varejo da América Latina, a Retail Show Latam, já anunciou um evento exclusivo de Cannabusiness, na Casa Natura Musical na capital.

Em agosto, a empresa já havia realizado um fórum sobre Cannabis medicinal. Foi pequeno e inesperado dentro de um polo de expositores varejista, mas o suficientemente animador para o CEO Marcelo Toledo decidir-se por uma encontro maior.

Na página do Linkedin, em um vídeo, ele diz para ninguém estranhar ou pensar que “Gouveia ficou louco”. Trata-se de uma “oportunidade do público conhecer o potencial do mercado gigante da Cannabis, que tem a expectativa de faturar US$ 194 milhões no mundo” até 2026. O grupo vai reunir médicos, laboratórios e representantes da indústria de alimentos.

Mesmo com a indefinição do novo regulatório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)–que está sob análise interna de dois diretores–, os investidores estão animados. Os fóruns do Lide foram bons termômetros  do mercado. O primeiro, realizado em agosto (2), teve “jeitão” de happening.  O fórum aconteceu no início da noite em uma casa de festas no Itaim Bibi, em São Paulo. Um dos diretores da Anvisa, Alessandra Bastos Soares, e empresários do setor participaram do debate. No encerramento do evento, música alta e garçons servindo drinks à vontade ao público.

Nesta última sexta (18), o Lide Futuro fez um evento voltado para a troca de cartões entre os empresários e investidores no MIS (Museu da Imagem e do Som), nos Jardins. A plateia interessada não desgrudou os olhos dos anfitriões de quatro painéis, reunidos sob o tema Cannabusiness: potencial nacional e segmentos de negócios.

Durante o encontro regado à café e pão de queijo – iguaria que não podia faltar no cardápio da organizadora do evento, a jovem mineira Laís Macedo–, 140 convidados tiveram a oportunidade de entender mais sobre o setor. Desta vez, Macedo trouxe a senadora que se tornou a porta-voz da Cannabis medicinal no Congresso, Mara Gabrilli. No evento de agosto, ela não pode comparecer porque estava com crises intensas de espasmos musculares, provocados pela troca do medicamento de Cannabis. O médico receitou CBD puro. Antes, Gabrilli tomava o óleo de Cannabis com CBD e THC.

Abaixo um pouco do que aconteceu em cada painel.

Painel 1: Liderado por Marcelo Galvão, CEO da OnixCann/Cantera (ao centro da foto acima) discutiu sobre os desafios e oportunidades com a nova regulação do plantio e registro de produtos. Depois de realizar pesquisa pública, a Anvisa elaborou uma proposta com dois itens, que serão votados em breve. Um dos itens refere-se aos medicamentos. Eles podem ser registrados no Brasil, depois de inspecionados pelo órgão e se aprovados pela agência reguladora do país de origem. O outro item permite o plantio para pesquisa científica e médica. Galvão trouxe o advogado Arthur Arsuffi, que acompanha de perto os passos da Anvisa, e Cassiano Teixeira, diretor executivo da Abrace, a única associação com permissão da Justiça para plantar. Segundo Galvão, mesmo se aprovado, o plantio terá um custo muito elevado para as empresas e universidades. A Anvisa exige o cultivo indoor. O fórum foi mediado pelo jornalista da Revista Veja Ricardo Amorim (à dir. de Galvão) e coordenado por Laís Macedo.

Leia a matéria na íntegra em: Folha de S. Paulo

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