
Não tem paciência para ir até uma megaloja de material de construção e percorrer milhares de corredores para achar um interruptor? Não quer dirigir até o outro lado da cidade para comprar uma lata de tinta? Não acha tudo que precisa no depósito de material de construção do seu bairro? Pensando em você, a Telhanorte acaba de inaugurar sua primeira loja de vizinhança. Batizada de TelhanorteJá!, ela fica na avenida Heitor Penteado, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo.
O que está por trás desse novo formato de loja? Alexandre Machado, sócio-diretor de consultoria da Gouvêa de Souza, diz que existem vários conceitos embutidos na criação desse modelo de loja. O primeiro deles é que não basta reduzir o tamanho da loja, é preciso oferecer diferenciais que a lojinha do bairro não oferece, como maior sortimento de produtos, tecnologia e inovação. Por isso, a loja da Vila Madalena possui 3.000 itens à venda, mas o cliente consegue comprar mais de 37 mil por meio da chamada prateleira infinita.
A loja também oferecerá serviços que o depósito do bairro não oferece, como a possibilidade de alugar equipamentos pesados.
Quais as inovações que esse tipo de loja tem? Além da prateleira infinita, o consumidor não precisará pegar filas. Todos os funcionários possuem o equipamento necessário para passar a compra, cobrar e emitir a nota fiscal.
Para produtos em estoque, será possível entregar na casa do cliente em até uma hora. Para itens que estão no centro de distribuição, a entrega pode ser feita em um dia.
Ir para o bairro e fazer lojas menores têm a ver com o preço do aluguel? Não necessariamente. Machado diz que embora o tamanho da loja seja menor, o preço do metro quadrado pode ser até mais caro que o do homecenter, que fica em vias de grande tráfego de veículos ou rodovias. “A questão é ficar perto da casa do cliente, em bairros adensados e com moradores das classes A e B, principalmente”, afirma Machado.
Que tipo de público a loja menor mira? Machado diz que existia um consumidor desassistido quando o assunto é compra de material de construção. “Tem a pessoa que não sabe trocar uma lâmpada dentro de casa e que precisa de um marido de aluguel, encanador, pedreiro para qualquer serviço dentro de casa. Então ele delega para o profissional, que não tem tempo de ir até o homecenter. Por isso, o profissional vai na lojinha do bairro, que é mais próxima, mas lá não tem tudo na mesma variedade.”
Segundo ele, existem dois momentos na jornada de compra do consumidor de material de construção: quando ela compra produtos que ninguém vê (cano, fios, por exemplo) e quando precisa de itens aparentes (tinta, azulejo, revestimento). “Ele não se envolve com a compra dos itens que não aparecem, mas a relação muda quando é um produto que todos vão ver.”
Quão menor é a loja de bairro? A loja tem 280 m², bem menor que o padrão de homecenter tradicional da Telhanorte, que pode ter entre 5.000 a 10.000 m².
O funcionário também tem outro treinamento? Sim. Machado diz que os funcionários receberam treinamento para atuar em todas as áreas da loja, do caixa, atendimento até o estoque.
E como a lojinha de rua vai ser afetada? A concorrência será pesada. Como a Telhanorte compra em grande quantidade, consegue bons descontos com os fornecedores. Por isso, a expectativa é que as lojas de bairro da Telhanorte ofereçam preços bem competitivos.
Vão ter outras desse formato? Sim, o plano é ter mais três até o fim do ano nos bairros de Moema, Pinheiros e Aclimação.
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