Para o presidente da entidade, Cláudio Conz, a expectativa de investimento do futuro governo em obras de infraestrutura pública deve estimular o movimento positivo do segmento em 2019. “O otimismo do setor com relação ao governo nos próximos 12 meses atingiu 84%, maior patamar desde janeiro de 2013”, argumentou Conz, destacando a esperança de que os aportes públicos sejam destinados “para a construção de escolas, hospitais e novos presídios.”

De acordo com o levantamento realizado pela entidade, para 2019, cerca de 45% dos lojistas tem previsão de melhorar o preparo de seus funcionários em relação ao atendimento com o consumidor. Além disso, 16% têm a intenção de aumentar o quadro de empregados.

Na mesma linha traçada por Conz, o presidente do conselho diretivo da Anamaco, Marcos Atchabahian, afirmou que a soma entre a retomada da economia, o hábito do brasileiro reformar a casa no segundo semestre e a liberação do 13º salário contribuíram para o crescimento nas vendas.

“Historicamente, o segundo semestre tem maior demanda do que o primeiro. Isso acontece porque os consumidores concentram partes de seus gastos para reformar suas casas, como por exemplo com pinturas e instalando novos lustres para as festas de final de ano”, afirmou Atchabahian.

Ainda de acordo com o dirigente, a recessão econômica fez com que o brasileiro destinasse o salário para o pagamento de contas e dúvidas, com uma renda mais apertada. A partir de agora, segundo ele, a intenção de consumo deve ser reaquecida. “Houve uma demanda reprimida nos últimos anos. Devemos verificar essa tendência acontecer. Dessa forma, o comércio passa a ser movido em parte por um otimismo e confiança”, diz.

Segundo o balanço da entidade, a categoria de revestimentos cerâmicos apresentou crescimento de 12% nas vendas ante o mês anterior. Logo em seguida aparecem itens como tintas (7%) e telhas de fibrocimento (3%) na mesma base de comparação.

Partilhando de visão similar a de Atchabahian sobre reaquecimento do mercado, o sócio-diretor da GS&Consult, Alexandre Van Beeck, lembrou que os anos de crise econômica resultaram numa concentração maior de gastos em reformas pontuais nas casas em detrimento da renda apertada.

“Até o momento, os consumidores estavam segurando as despesas. Quando entra uma renda extra [13º], as pessoas se permitem outros tipos de gastos. Esse movimento, coincidiu com fatores de mercado, que apontaram para uma melhora na confiança do consumidor e no empresariado do Brasil”, argumentou Beeck, destacando que uma possível estabilidade do dólar apenas será benéfica para o setor caso as devidas reformas e políticas internas forem implementadas com êxito.

Avanço por regiãoAinda de acordo com o levantamento da Anamaco, quase todas as regiões do País apresentaram desempenho positivo no período analisado, com destaque para o Sul (9%), Nordeste (8%), Norte (5%) e Sudeste (4%). Apenas o Centro-Oeste teve retração (-10%).

“A Região Centro-Oeste tem maior concentração do setor do agronegócio; já o desempenho no Nordeste – que depende muito de investimento público – estará ligado ao planejamento estabelecido pelo Governo Federal. Por fim, as Regiões Sul e Sudeste costumam apresentar boas evoluções”, argumentou Atchabahian. Sem traçar projeções exatas sobre o primeiro semestre de 2019, ele afirma que os avanços dessas áreas no País devem se manter.

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