Os empresários gaúchos voltam da NRF 2018, maior feira de varejo do mundo, que terminou ontem em Nova Iorque, hipnotizados pela tecnologia, mas com algumas tarefas na bagagem. Entre elas, a integração de multicanais – do off-line ao on-line, reduzir as barreiras no fluxo do cliente que está fazendo compras e calibrar o uso de ferramentas em redes sociais. Também passa a ser item prioritário, segundo empreendedores e dirigentes de entidades que foram a Nova Iorque, ter funcionários que saibam usar soluções digitais e se motivem a trabalhar.
A NRF 2018, mesmo reforçando a dose de aplicações com ênfase em análise de dados, leitura facial, inteligência artificial e realidade virtual apresentadas pelas gigantes e outras empresas pequenas, mas inovadoras do mundo ponto com, bateu pesado na necessidade de colocar o fator humano no centro da operação. Jamila Fantuzzi, da Energy, primeira vez no evento, diz que a feira mostrou que seu negócio precisa acelerar o uso de tecnologia e melhorar muito a sistematização da loja. “A primeira coisa que vou fazer ao voltar será reunir os funcionários para ver mais ações em experiência de compra”, adianta Jamila. No último dia da feira, a comitiva gaúcha conferiu aplicações de gigantes como IBM, Intel e SAP. Foram desde o uso da inteligência artificial, com o Watson da IBM, a um espelho virtual que permite que num salão de beleza se possa simular e verificar o resultado de um make-up na tela.
Janete Gregio, dona de um centro de  estética e barbearia em Bento Gonçalves, experimentou o equipamento. “Levo daqui a necessidade de ampliar a experiência do cliente e reduzir o atrito na hora de prestar serviço, como descomplicar o agendamento e cobranças”, exemplifica. “Simplicidade é não conseguir mais fugir do mundo digital”, completa a dona de uma loja de aquecedores e de uma gráfica também em Bento Gonçalves, Gabriela Jorge.   Fábio Krieger, gerente de indústria e comércio do Sebrae-RS, aponta a importância de formar parcerias estratégicas. “Há muita complexidade por trás da operação, e a empresa não vai conseguir acompanhar isso sozinha”, previne Krieger, citando que o caminho é buscar quem pode ajudar a fazer a conexão com o consumidor. O diretor do grupo Gouvêa de Souza, Marcos Gouvêa de Souza, um veterano de feira em Nova Iorque, diz que fez “a essência do extrato da síntese destilada” da NRF. Parece complicado, e é mesmo. O foco do consultor é listar para levar ao Brasil o que foi mais relevante na edição deste ano. “É inegável que se criou por muito tempo a ideia de que a tecnologia salva tudo, ela tem relevância, mas não podemos esquecer que existem as pessoas, o consumidor e uma realidade em transformação volátil”, resume o especialista. “Isso pauta a organização, que tem de ter uma nova estrutura para se adaptar”, adverte Souza.
Confira a reportagem completa em: Jornal do Comércio

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