Depois de meses de especulação, o Walmart passou para frente sua operação no Brasil. Foi anunciado ontem que o fundo de investimentos de private equity Advent International passa a ser a nova controladora dos ativos da multinacional no país, com 80% de participação. O grupo ocupa o terceiro lugar entre as maiores redes de varejo em terras brasileiras; e, no ano passado, faturou R$ 28,187 milhões, segundo ranking da Associação brasileira de Supermercados (Abras). O Carrefour ficou na liderança, seguido do Grupo Pão de Açúcar (GPA).

Presente no Brasil há 22 anos, o Walmart tem 438 lojas em 18 estados. Com o novo acordo, o grupo ficará com 20% de participação no negócio. O valor da negociação não foi revelado e a venda ainda terá de ser aprovada pelos órgãos reguladores da concorrência no paí. Vivendo, primeiro, crescimento rápido alavancado por aquisições de concorrentes, a companhia passou a ter dificuldades e registrou seguidos prejuízos operacionais no Brasil.

Enquanto enfrentava problemas, seus dois concorrentes diretos, GPA e Carrefour, melhoram suas performances e assim minimizaram os efeitos dos dois anos consecutivos de recessão que o país enfrentou. Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult, acredita que parte dos problemas do Walmart no Brasil tenha vindo da dificuldade de encontrar seu espaço em duas frentes, que têm se expandido nos últimos anos no varejo local: o atacarejo e as pequenas lojas de bairro.

Esses modelos de negócio vêm esvaziando o papel dos hipermercados. Tanto é assim que o Carrefour, por exemplo, acelerou as inaugurações da bandeira Express, ao passo que o GPA fez a conversão de algumas de suas unidades da rede Extra para o Assaí. “Com a recessão dos últimos anos, quem não tinha uma operação bem estruturada acabou deixando as ineficiências mais evidentes. Foi o caso do Walmart”, explica Alexandre Beeck. O especialista lembra ainda que no Brasil o grupo americano não conseguiu dar relevância à sua operação digital, enquanto que o GPA tem feito um bom casamento entre o canal físico e o on-line, no que é conhecido como “omnichannel”.

Alexandre Beeck acredita que a Advent International vai procurar agir rápido na operação do Walmart. “No começo deve haver um grande choque de gestão, de olho principalmente na melhoria dos resultados. Depois eles devem pensar em novos formatos de negócio para o longo prazo”, opina.

Leia a matéria na íntegra em: Estado de Minas  e Correio Braziliense

 

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